PS diz que Governo "não pode ficar de braços cruzados"
Durante a audição conjunta no Parlamento dos ministros dos Negócios Estrangeiros e do ministro da Defesa sobre a situação das Lajes, o deputado do PS considerou que esta decisão revela que Portugal deixou de ser "um parceiro privilegiado" e que o Governo tem de analisar esse "facto".
O socialista começou por notar que "existe um consenso de muitos anos no que diz respeito à política externa entre os maiores partidos" portugueses e que "os Estados Unidos da América (EUA) são um amigo de Portugal".
"Temos boas razões e interesse em manter este relacionamento diplomático e estratégico", declarou o deputado açoriano.
No entanto, afirmou Ricardo Rodrigues, o Governo português "não pode ficar de braços cruzados" e tem de "assegurar os interesses" do país na condução deste processo, referindo também a questão da concessão de vistos, que "não aconteceu em Espanha".
"Se os Estados Unidos retiraram a Portugal a emissão de vistos quer no continente, quer nas ilhas, e agora a [redução na] Base das Lajes, isso significa objetivamente que deixaram de ser um parceiro privilegiado de Portugal no relacionamento internacional, esse facto objetivo tem de ser analisado", advogou.
O parlamentar socialista criticou ainda o atual estado da cooperação científica na Terceira, que há anos substituiu a "contrapartida financeira" que os americanos pagavam a Portugal pelas Lajes, considerando-a "residual e pouco produtiva".
Durante a audição parlamentar, o ministro da Defesa disse ainda que a redução drástica da presença norte-americana na base portuguesa terá um impacto na ordem dos seis por cento do PIB da Terceira, mas o deputado do PS Carlos Enes (também terceirense) contrapôs que na ilha se fala num número superior.